Cinema – Fluxo de imagens / Imaginários – Era uma vez no futuro e conversa com Wally Fall, Anyès Noèl e Elisabeth Gustave

No dia 23 de novembro, domingo, acontecerá a exibição do quarto bloco do programa Fluxo de imagens / Imaginários, seguido por uma conversa com Wally Fall, Anyès Noèl e Elisabeth Gustave. O evento acontece das 15h às 17h no auditório do terceiro pavimento.

O Fluxo de imagens / Imaginários, programa de filmes da 36ª Bienal de São Paulo que destaca conexões entre Brasil, Caribe e África Ocidental, reúne a riqueza das culturas brasileira e francesa em um programa de filmes e atividades correlatas, com apoio do Ministério das Relações Exteriores / Instituto Guimarães Rosa, da Embaixada da França no Brasil e do Institut français, no âmbito da Temporada França-Brasil. O programa parte do vínculo histórico e da forte relação transcontinental e de influência mútua entre Brasil, Caribe francês e países da África Ocidental, para estabelecer diálogos entre obras contemporâneas do continente africano e trabalhos históricos do acervo da Cinémathèque Afrique, além de filmes e vídeos de artistas históricos e contemporâneos do Brasil e do Caribe francês. As exibições serão acompanhadas por conversas com artistas, palestras e performances.

Cada bloco do programa se desdobra em um eixo específico que será explorado ao longo da Bienal, convidando o público a mergulhar em suas proposições curatoriais. O bloco exibido no dia 23 de novembro se intitula Era uma vez no futuro, e apresenta obras de Guadalupe, Martinica, República Democrática do Congo, Brasil e Reino Unido, explorando o futuro por meio de um entrelaçamento sonoro, visual e filosófico. Esses filmes imaginam e reivindicam futuros diante da necropolítica e das rupturas da modernidade. Serão exibidos os filmes Fouyé Zétwal [Plowing the Stars] (14’, Wally Fall and Anyès Noèl, 2020), Kaka Yo (28’, Luc Siassia and Sébastien Kamba, 1965), Kila & Mauna (19’, Ella Monstra, 2023) e The Last Angel of History (45’, John Akomfrah, 1996).

Wally Fall é um cineasta de Martinica. depois de aprender o básico de cinema digital e edição em Londres, teve experiências na Europa (Reino unido e França), no Caribe e na África em programas de tv e outros projetos audiovisuais até finalmente realizar projetos próprios em 2013: um curta narrativo filmado em Paris e um documentário autoral feito em Senegal em parceria com seu pai. Em 2016, ao lado de realizadores e outros profissionais da área, fundou a Cinemawon, coletivo de cinema dedicado a criar novos espaço para exibição de filmes caribenhos e das diásporas africanas. Encontra-se de volta a Guadalupe, onde vive e trabalha, dividindo seu tempo entre projetos pessoais ou comissionados e o trabalho coletivo com a Cinemawon, que está em ascensão. Plowing the Stars foi filmado em Guadalupe e questiona as muitas razões que têm levado a juventude a ir embora da ilha, fazendo com que sua população seja a mais velha do Caribe.

Anyès Noèl é uma atriz, diretora e poetisa de Guadalupe, formada pelo Cours Florent. Com uma licenciatura em Mediação Cultural e Comunicação pela Universidade de Nice, Anyès rapidamente viu na arte uma ferramenta terapêutica que poderia ser uma arma para a mudança social. Em 2015, através da ThéâTranMission, ela ministrou oficinas de teatro para quase 100 mulheres em Guadalupe e no Haiti. Ela questionou a noção da chamada mulher potomitan e, por sua vez, o lugar dos homens numa sociedade de afrodescendentes resultante do sistema escravista. Em seguida, mudou-se para Porto Príncipe, convencida da forte ligação e das possíveis pontes a serem construídas entre os países caribenhos. Em seguida, atuou com vários diretores do país. Em 2017, dirigiu o espetáculo Gouyad Senpyè com ex-presidiários, que fará uma turnê nacional no Haiti, e em 2020 coescreveu o filme Fouyé Zetwal com o diretor Wally Fall, no qual também interpreta o papel principal.

Elisabeth Gustave  é professora de inglês, formada em Civilização e Literatura dos Países Anglófonos pela Universidade Paris-Sorbonne. É diretora do Festival Monde En Vues, Festival Internacional de Cinema dos Direitos Humanos da Guadalupe desde 2014 e organiza exposições de arte contemporânea no espaço Karukera do hotel ARAWAK Beach Resort. Define-se como ativista cultural e vive ao ritmo da energia e da expressão vibrante dos artistas e escritores da Guadalupe e das Caraíbas.

Serviço
Cinema – Fluxo de imagens / Imaginários – Era uma vez no futuro
36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática
23 novembro 2025
domingo, 15h
Auditório, 3º pavimento
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Parque Ibirapuera, portão 3
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
São Paulo, SP
admissão gratuita