Ativação – Templo da Água: Rio Tietê – Grupo Werebere (Leonel Vásquez e Esmeralda Ramírez)
No dia 7 de setembro, primeiro domingo da 36ª Bienal de São Paulo, acontecerá uma ativação da obra Templo da Água: Rio Tietê (2025) de Leonel Vásquez. Ela acontecerá junto com Esmeralda Ramírez. Juntos, os artistas formam o grupo Werebere. O evento acontece das 10h30 às 11h30 na obra do artista, no segundo pavimento.
Entendendo a escuta como fundamento para encontros e acordos entre seres vivos, surge o Templo da água: rio Tietê. Dentro do templo, os sons e vibrações da vida, juntamente com as conexões invisíveis que sustentam o frágil equilíbrio do mundo, são amplificados. Esse espaço promove um encontro entre os seres da terra e os seres da água, abrindo-nos para o rio — e para o próprio mundo — por meio do ato profundo de escutar. Podemos sentir e ouvir o rio Tietê hoje?
A obra nos convida a praticar a escuta profunda, que, além de ser um gesto poético, incentiva uma mudança ética em nossa relação com o Tietê. É um despertar eco somático — um convite para nos sintonizarmos com o rio e compartilharmos uma experiência de ressonância que tem o poder de transformar a forma como nos conectamos com o mundo e reimaginar as práticas da humanidade dentro dele.
Werebere, grupo formado por Leonel Vásquez e Esmeralda Ramírez, tem se dedicado profundamente à pedagogia da escuta como ato político, à apropriação da condição sonora do corpo e à percepção ampliada dos ambientes de vida, decifrar seus sons como mensagens urgentes que clamam pelo cuidado com a vida. Essa prática vem sendo desenvolvida há mais de quatorze anos por meio de pesquisas, projetos e encomendas do Ministério da Cultura, centros culturais, organizações da sociedade civil e em laboratórios de exploração e criação sonora realizados com comunidades rurais, artesãos, ambientalistas, crianças e grupos étnicos em diferentes regiões do país.
Em sua faceta criativa, seu trabalho tem se concentrado em formas de comunicação e expressão entre os seres humanos e o mundo natural, com base no estudo de diferentes corpos, seus sistemas fônicos e os trânsitos e efeitos da vibração. Eles desenvolveram pesquisas sobre fenômenos de ressonância e os aspectos físico acústicos de sinais sutis da paisagem, o que resultou em um inventário de objetos de luteria experimentais anfíbios combinados com técnicas para a transição e liberação da vibração no corpo humano como um organismo sônico.
Leonel Vásquez (Sibaté, 1981) é um artista sonoro e visual cujo trabalho explora o poder do som para moldar experiências sensoriais por meio de esculturas e instalações. Ele investiga a escuta como um ato político, estético e reparador, reconstruindo conexões em contextos de conflito social e ambiental.
Esta participação tem apoio da Casa Hoffmann.
Esmeralda Ramírez é licenciada em Música pela Universidad Pedagógica Nacional, trabalha a voz e suas diferentes formas de expressão; pesquisa nos cantos originários a conexão e o princípio da vibração a partir do corpo sonoro. Seus interesses criativos se enquadram no estudo da voz expandida desenvolvida em contextos acadêmicos, pedagógicos e tradicionais. Ramírez explora a voz como médium integrador de mundos. Daí decorre sua participação em diferentes projetos, com artistas e perspectivas amplas que fogem do lugar-comum da música. Sua experiência profissional tem incidência em processos que envolvem o corpo, a escuta e a voz como canais de conexão.
Serviço
Ativação – Templo da Água: Rio Tietê – Grupo Werebere (Leonel Vásquez e Esmeralda Ramírez)
36ª Bienal de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática
7 de setembro, 2025
domingo, 10h30
obra de Leonel Vásquez, segundo pavimento
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Parque Ibirapuera, portão 3
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
São Paulo, SP
admissão gratuita