A fotografia de Wolfgang Tillmans, nascida de sua capacidade de capturar o efêmero, o pessoal e o político com uma intimidade natural, carrega uma qualidade poética singular. Trabalhando entre grandes impressões, fotografias em pequeno formato, objetos escultóricos, projeções em vídeo e projetos editoriais, suas imagens vão além do documental; elas criam espaços de intimidade e conexão. A câmera de Tillmans eleva momentos cotidianos e seus vestígios – uma sala após uma festa, a vista da janela de um avião, dobras em um papel –, transformando-os em poesia visual.
Sua prática é uma contínua exploração das capacidades técnicas e artísticas da fotografia, movida pela curiosidade, por uma perspectiva compassiva sobre o ambiente ao seu redor e pela relação que constrói com seus retratados. Seus temas – sejam pessoas, paisagens ou naturezas-mortas – são capturados de maneira a resistir a significados fixos. As imagens sugerem em vez de ditar, permitindo ambiguidade, interpretação e ressonância emocional. Através de seu olhar, tanto a imediatez do presente quanto os sutis fluxos subterrâneos da existência moderna estimulam uma proximidade interpessoal, em que reconhecimento, empatia, companheirismo e solidariedade tornam-se possíveis entre histórias individuais e narrativas coletivas.