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6 set 2025–11 jan 2026
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Oscar Murillo

Oscar Murillo

Texto fornecido pelo artista
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios

 

Oscar Murillo apresenta A Song to a Tearful Garden [Uma canção para um jardim que chora] (2025), uma pintura coletiva e site-specific no Parque Ibirapuera. Os visitantes da Bienal encontrarão estruturas curvilíneas de andaimes dispostas em ambos os lados do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, cada uma com telas em branco e materiais artísticos para que o público crie uma série de pinturas em grande escala. Semanalmente, as intervenções do público formarão camadas sobrepostas de tinta, criando um espaço de reflexão em contraste com a energia cosmopolita da cidade ao redor. Nessa dualidade entre natureza e modernidade urbana, as telas testemunham a ideia de uma escuridão que assombra superfícies aparentemente harmoniosas. Essa é uma preocupação frequente na obra de Murillo, que aqui dialoga com a biografia de Claude Monet e suas famosas Ninfeias (1920-1926), pintadas enquanto o artista lidava com a catarata e a perda progressiva da visão. No Parque, essas telas colaborativas tornam-se uma ode ao entorno: uma canção para um jardim que chora.

Antes da instalação, Murillo convidou amigos, familiares e público para criar a camada base das pinturas, em sessões de desenho em diversas partes do mundo. As telas viajarão para São Paulo atravessando o Atlântico, passando por África, América Latina e Caribe, celebrando um espírito coletivo ancorado no exercício do gesto pictórico, processo que o artista chama de mapeamento social. Os resultados, com suas marcas acumuladas, encarnam a passagem do tempo, o fluxo de pessoas e os marcadores geográficos que nos conectam. As próprias estruturas evocam o poder do coletivo em espaços comuns, usando gestos, repetição e transbordamento de traços para ativar tanto espectadores quanto participantes.

Essa energia coletiva ecoa na instalação Mesmerizing Beauty [Beleza hipnotizante] (2025), apresentada dentro do Pavilhão. A obra reúne paisagens marinhas pintadas a óleo sobre caixas de papelão, onde ainda vislumbramos vestígios de sua vida anterior como embalagens comerciais sob as pinceladas gestuais de Murillo. Apoiadas em hastes de madeira e presas a cadeiras plásticas descartáveis, as peças manifestam uma dissonância que dialoga poeticamente com a participação pública ocorrendo do lado de fora. O artista colaborará com a equipe de educação da Bienal, convidando instituições culturais e educacionais a contribuir com essa obra coletiva, abraçando o conceito curatorial de refletir sobre a humanidade, ocupar espaços e fomentar encontros.

Texto fornecido pelo artista
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Estrutura curva de tela instalada no meio de um parque.
Vista de A Song to a Tearful Garden, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Foto aproximada de tela esticada em estrutura de metal, pintada majoritariamente de azul
Detalhe de A Song to a Tearful Garden, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Estrutura curva de tela instalada em frente a várias bandeiras, pintada majoritariamente de azul e amarelo
Vista de A Song to a Tearful Garden, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Televisão de tubo apoiada no chão ao lado de duas pilhas de tecido
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Estrutura curva de tela instalada no meio de um parque, pintada majoritariamente de azul e amarelo
Vista de A Song to a Tearful Garden, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Cadeiras brancas de plástico sustentando cavaletes de madeira que expõem pedaços de papelão pintados
Vista de Mesmerizing Beauty, de Oscar Murillo, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo

Oscar Murillo (1986, La Paila. Vive em Londres) desenvolveu uma prática multifacetada e desafiadora que abrange pintura, projetos colaborativos, vídeo, som e instalação. Em cada conjunto de obras, investiga ideias de coletividade e cultura compartilhada, demonstrando um compromisso com o poder da presença material aliado a reflexões complexas sobre a sociedade contemporânea. Sua produção foi exibida em instituições e eventos como a Tate Modern (Londres), Aspen Art Museum, Bienal de Veneza, Bienal de Sharjah e Bienal de Abu Dhabi. Concluiu o mestrado em Belas Artes no Royal College of Art, foi um dos vencedores do Prêmio Turner e recebeu um doutorado honorário da University of Westminster.

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