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6 set 2025–11 jan 2026
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Meriem Bennani

Meriem Bennani

Morad Montazami
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios

 

Meriem Bennani formou-se em Belas Artes pela Cooper Union (Nova York) em 2012, após concluir seu mestrado em animação pela École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs (Paris) em 2011. Transitando entre a estética dos reality shows e imagens documentais combinadas com animações pós-internet e efeitos visuais, seus vídeos e instalações abordam experiências diaspóricas, hibridização cultural e fronteiras linguísticas. Seus trabalhos dramatizam e ressignificam símbolos e tendências neo-orientalistas, como o Caftan, a Chicha ou a dança oriental, reinterpretados por uma diversidade de personagens (inspirados tanto na realidade quanto em universos digitais), através de referências às redes sociais, à ficção científica e a um forte senso de absurdo e ironia. A abordagem de Bennani na criação de instalações é profundamente experimental e improvisada, privilegiando a espontaneidade e o lúdico, pois se fundamenta em uma experiência multissensorial para o espectador, que se torna parte ativa da instalação ao atravessar camadas de imagens e sons, em uma vivência caleidoscópica. Funcionando como catalisadores multimídia da cultura neopop digital contemporânea, suas instalações nos conscientizam sobre nosso papel e agência diante do consumo passivo na era das redes sociais e da imediatez.

Típico de sua prática, Mission Teens [Missão adolescentes] (2019) levanta questões críticas sobre o neocolonialismo francês e seu soft power no Marrocos através do sistema educacional. Misturando referências da cultura pop e casas antropomorfizadas de bairros gentrificados, Bennani acompanha um grupo de adolescentes marroquinos de Rabat que frequentam a escola francesa, refletindo sobre a influência da França em suas vidas.

Life on the CAPS [Vida em CAPS] (2018-2019), uma instalação em oito canais, transporta-nos para um futuro absurdo em que a imigração se limita a uma ilha no meio do oceano Atlântico, onde uma nova sociedade começa a se formar. A ilha dos CAPS torna-se uma metáfora performativa de como pensamos os movimentos diaspóricos. A questão mais prolífica de Bennani talvez seja: como superar a política binária de identidade, entre assimilação e pertencimento, experimentando um terceiro espaço, um entre-lugar que mistura e traduz culturas e geografias.

Morad Montazami
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios

Meriem Bennani (vive em Nova York) cria instalações de vídeo e esculturas, influenciadas pela circulação das culturas globais no ambiente online. Ancorada nas especificidades da vida marroquina e na história pós-colonial, sua obra reflete a natureza híbrida dos fluxos culturais contemporâneos. Bennani combina elementos de reality shows, documentários, telenovelas, videoclipes, ficção científica e animações. Ao exagerar os clichês da mídia, suas obras traduzem o estado fragmentado da mediação contemporânea, efeito que potencializa em instalações onde imagens em movimento são projetadas sobre estruturas escultóricas ou estações de visualização. Suas obras integram as coleções do Guggenheim Museum e do MoMA (Nova York); da Kadist Foundation (Paris; San Francisco); e do Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris.