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6 set 2025–11 jan 2026
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Christopher Cozier

Christopher Cozier

Billy Fowo
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios

 

Christopher Cozier é um artista, escritor e curador trinitário cuja obra examina criticamente os efeitos persistentes do colonialismo e da globalização no Caribe. Atuando em diversos meios artísticos, como desenho, instalação, vídeo e performance, seus trabalhos criam espaços de diálogo para explorações poéticas (e às vezes irônicas) do mundo e do cotidiano a partir de uma perspectiva caribenha.

Com raízes profundas no desenho, elemento central de sua prática, suas peças frequentemente se assemelham a storyboards ou ensaios visuais que, observados de perto, revelam composições de muitas camadas, sugerindo movimento no tempo e no espaço e referenciando tanto a história quanto o presente. Funcionando simultaneamente como espelho e mapa, refletindo as complexidades da existência caribenha enquanto traçam novos caminhos para o pensamento e a ação, as obras de Cozier convidam o espectador a confrontar histórias incômodas, questionar narrativas herdadas e imaginar futuros alternativos ancorados na autodefinição e crítica cultural.

Para a 36a Bienal de São Paulo, o artista apresenta uma nova obra intitulada After the Appeal Will Come the Next Delivery [Após o apelo virá a próxima entrega] (2025). Inspirada nas transmissões de críquete que ouvia na infância, a peça consiste em diversas bandeirolas, cada uma carregando um signo ou padrão. Reconhecível entre os inúmeros desenhos está o gesto de “apelo”, também chamado de “howzat”, realizado por um jogador de campo em direção ao árbitro durante uma partida de críquete. Referindo-se a um processo crucial de decisão, o apelo geralmente simboliza o momento decisivo antes que um rebatedor seja declarado “out” ou não, permitindo que o jogo continue. Particularmente sugestiva, a obra transcende sua estética para servir como metáfora, estabelecendo paralelos entre aspectos do jogo e os mecanismos que definem e regulam as interações sociais, como injustiças e dinâmicas de poder. Além disso, aparecem símbolos característicos da linguagem visual desenvolvida por Cozier ao longo dos anos (figuras humanas e fragmentos de textos), inscritos principalmente em bandeirolas vermelhas, verdes e pretas, cores que remetem aos movimentos de libertação no continente africano e no Oriente Médio.

Billy Fowo
Traduzido do inglês por Sylvia Monasterios
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Bandeirinhas de papel triangulares penduradas, intercaladas com outros símbolos, também de papel
Vista de After the Appeal Will Come the Next Delivery, de Christopher Cozier, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo

Christopher Cozier (Port of Spain, 1959. Vive em Trinidad) é artista e codiretor do espaço Alice Yard, que participou da documenta 15. Foi contemplado com a Pollock-Krasner Foundation Grant (2004) e recebeu o Prêmio Prince Claus (2013). Por meio de seus desenhos em cadernos e instalações derivadas de ações encenadas e registradas, Cozier investiga como experiências históricas e atuais do Caribe podem influenciar compreensões mais amplas do mundo contemporâneo. Participou de exposições como as 5ª e 7ª Bienais de Havana; Infinite Island, no Brooklyn Museum (2007); Afro Modern: Journeys through the Black Atlantic, na Tate Liverpool (2010); Entanglements, no Broad Museum, Michigan (2015); Relational Undercurrents, no MOLAA, Los Angeles (2017); e The Sea is History, no Historiskmuseum, Oslo (2019). Cozier integrou o programa público da 10ª Bienal de Berlim (2018), expôs na 14ª Bienal de Sharjah (2019), na 11ª Bienal de Liverpool (2021), em Experiences of Oil, no Stavanger Museum; Más Allá, el Mar Canta, no Times Art Centre, Berlim (2021); Fragments of Epic Memory, no AGO, Toronto (2021); Forecast Forms, no MCA Chicago (2022); e Unraveling The (under-) Development Complex, no Savvy Contemporary, Berlim (2023). Mais recentemente, participou de Prospect 6 (2024) e do Project Black Planet: The Art and Culture of Panafrica, no Art Institute of Chicago (2024). Obras suas foram recentemente incorporadas às coleções do MCA Chicago e do MoMA, em Nova York.