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6 set 2025–11 jan 2026
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Carla Gueye

Carla Gueye

Ana Paula Lopes

 

Carla Gueye, em sua prática multidisciplinar, investiga as noções de intimidade e transculturalidade, explorando como essas questões se manifestam e reverberam no contexto familiar. Suas obras propõem reflexões sobre as complexidades da identidade, das relações afetivas e das experiências que emergem dos encontros e tensões entre diferentes culturas. Ao se aproximar da alteridade, seu trabalho revela também dimensões emocionais, artísticas e socioecológicas.

Ao empregar materiais como cal e barro, Gueye não apenas explora suas propriedades físicas, mas também constrói narrativas que reconfiguram saberes e imaginários culturais. Temas como a memória, a figura feminina e os processos enraizados na escavação e reapropriação de narrativas parcialmente confiscadas atravessam sua produção, que se torna, simultaneamente, uma forma de reinscrever e compreender sua própria história. O trabalho manual que permeia sua poética estabelece uma relação íntima, quase doméstica, com os materiais, evocando, de modo metafórico, a ideia de construção, tanto em sua dimensão social quanto humanista. Assim, suas obras se configuram como espaços sensíveis de diálogo e reflexão sobre cultura, identidade e as complexas tramas que moldam a experiência humana.

Cabinet of Invisible Desires [Gabinete dos desejos invisíveis] (2025) é uma instalação interdisciplinar que explora as dimensões sensoriais, simbólicas e culturais da intimidade por meio de uma releitura contemporânea de rituais femininos de sedução, especialmente aqueles associados ao dial diali, a arte wolof da sedução. O projeto utiliza uma linguagem híbrida que combina escultura, tecido, vídeo e composição olfativa para propor uma estética do desejo enraizada em gestos invisíveis do cotidiano, em saberes vernaculares e nos arquivos sensíveis do corpo.

Ana Paula Lopes
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Conjuntos de tecidos claros pintados com argila
Detalhe de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Televisão com imagem de pessoa nadando e dois fones de ouvido
Detalhe de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Tela de barro escuro em relevo mostrando figura humana com adereços em cobre
Detalhe de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo
Esculturas de barro escuro e ferro
Vista de Cabinet of Invisible Desires, de Carla Gueye, durante a 36ª Bienal de São Paulo © Natt Fejfar / Fundação Bienal de São Paulo

Carla Gueye (1997. Vive em Paris) é artista visual graduada pela Escola Nacional Superior de Artes de Paris-Cergy. Sua prática atravessa linguagens e propõe investigações sobre identidade e espaço íntimo. Realizou sua primeira exposição individual, Dans la chambre je suis…, no Studio Quatorzerohuit (Dacar, 2023). Participou de coletivas na Galerie Le Manège do Instituto Francês (Dacar, 2024), no Musée Dauphinois (Grenoble) e foi selecionada para o Salon de Montrouge (2025).

Esta participação tem apoio do Institut français através do programa IF Incontournable.